Imagens em preto e branco transmitem sensações e sentimentos diferentes
“O fotógrafo tem a mesma função do poeta: eternizar o momento que passa”. Essa fala de Mário Quintana representa bem um projeto no Ensino Médio que levou os alunos a mergulhar na literatura e artes visuais. Por meio da poesia e da fotografia, as turmas refletiram sobre o cotidiano e os desafios atuais.
Segundo a professora Bianca Manoel, neste momento em que a tecnologia e tantos recursos fotográficos fazem parte da vida dos estudantes, foi importante contar toda a história e dizer que a fotografia passou por evoluções de revelação até chegar ao domínio dos smartphones e seus infinito recursos em filtros e edição.
Eles foram orientados a descobrir a beleza simples das coisas e do dia a dia, a partir do seu olhar fotográfico. Sempre buscando o melhor ângulo e a melhor luz. “Como todos estavam isolados e exaustos com o distanciamento social, eles foram motivados a ter uma visão de esperança pela janela deles”, conta Bianca.
A fotografia preto e branco foi bastante explorada pelas turmas. Ela dá uma característica poética pela sua gramatura de cinzas e transforma cores, luz e sombras em exposição de emoções. “Desde o século XIX, as imagens em preto e branco conseguem transmitir sensações e sentimentos diferentes. Reescreve acontecimentos e sensações em imagens com tonalidades diferentes de cinzas”.
Algumas fotos foram compartilhadas em aula, quando os alunos puderam presenciar e sentir a vivência dos colegas e comparar com a sua própria experiência e descoberta. Desta forma, brotou uma nova visão coletiva de como todos estão se sentido em casa durante a pandemia.
“O espaço para a reflexão se deu pelo desafio de ter esse olhar em um espaço limitado, a janela. Quais as maravilhas que uma única janela poderia transmitir nesse momento? Foi solicitada a inserção de uma frase para aprofundar a poética do olhar junto com uma linguagem verbal. Um aprendizado na prática que será levado para a vida”, finaliza o professor.